quarta-feira, 14 de julho de 2010

Carreira profissional - Dicas que podem ajudá-lo


Há alguns meses atrás venho “ensaiando” a criação deste POST no blog, mas nunca tive tempo e inspiração suficiente para tal. Porém isso mudou quando recentemente, numa conversa informal com um amigo, entramos no assunto “trabalho”. Este meu amigo se formou recentemente e aproveitou a nossa conversa para pedir algumas dicas e conselhos sobre sua carreira profissional.

Antes de dar qualquer tipo de opinião, deixei bem claro que não era nenhum guru dos negócios para dar algum conselho a ele, mas que seria um grande prazer compartilhar algumas experiências que tive ao longo da minha carreira que poderiam ajudá-lo de alguma forma no futuro.

No fim do bate-papo, este meu amigo se mostrou tão agradecido, fazendo com que este “desejo” de compartilhar algo sobre minha carreira aqui no BLOG voltasse à tona. Então vamos lá!

Bom, comecei a trabalhar muito cedo, com 14 anos de idade já entregava folhetos de vereadores em época de eleição e fazia alguns bicos para juntar uma “graninha”. Apesar de ser filho único, sempre fui muito independente financeiramente falando. Esse negócio de “mesada” nunca funcionou comigo! Muitas vezes me sentia envergonhado ao ter que pedir dinheiro aos meus pais para comprar alguma coisa. Isso foi ficando cada vez mais difícil e aos 16 anos consegui meu primeiro emprego “oficialmente falando” (Com carteira assinada). Foi um estágio na Caixa Econômica Federal. Na época eu cursava o colégio técnico em Processamento de Dados e através do colégio consegui este estágio. Apesar de não ser um estágio focado em TI (Eu atendia clientes no setor de FGTS da agência), foram 12 meses de muito aprendizado, pois o mais importante do primeiro emprego nem é a especialização técnica em si, mas a experiência de estar em um ambiente profissional e começar a aprender como se portar neste “novo mundo” na qual você passará o resto da sua vida (Pelo menos até a sua aposentadoria. RSS).

Aqui vai o primeiro conselho: Antes de ingressar em uma faculdade, procure fazer cursos nas áreas em que você está em dúvida. Isso pode te ajudar e muito antes da temida época dos vestibulares e o velho questionamento que infringe todos os jovens: Que diabo de profissão eu vou escolher quando chegar o momento de ingressar em uma faculdade?

A princípio, optei por fazer o colégio técnico de Processamento de Dados, pois naquela época a área do momento era Informática. Como Informática é igual idioma (nunca é demais), resolvi arriscar e acabei encontrando logo de cara a área onde eu tinha/tenho total aptidão.

Ao terminar o curso e o meu estágio, fui auxiliado por uma de minhas tias a ingressar no Banco Bradesco.

Aqui o segundo conselho: Não tenha vergonha de pedir ajuda no início da sua carreira, pois acredite, toda ajuda será muito bem-vinda!

Minha profissão no Banco Bradesco era escriturário, ou seja, nada a ver com a área que eu havia optado, mas naquele momento o que mais importava para mim não era o conhecimento técnico, e sim a “grana” na minha conta todo final de mês para poder ter condições de pagar a minha faculdade que eu havia acabado de me matricular. AH, e vocês devem estar se perguntando: SAM, qual curso você escolheu? A resposta: Gastronomia. Brincadeira (Rsss), eu optei por fazer Ciências da Computação. (Que susto hein?)

O primeiro ano de faculdade foi sensacional. Certo de que havia feito a escolha correta, cada matéria nova era o ápice pra mim. Aquele monte de novidades diante dos meus olhos era algo fantástico.

E já que estamos no período da faculdade, segue meu terceiro conselho: Não tenha medo de ser taxado de NERD na faculdade. Procure sentar na frente se for preciso, mas atente-se a todos os assuntos que forem colocados diante de você, principalmente nos primeiros anos de faculdade, pois em 99% dos casos, é neste período que você terá a certeza de que fez a escolha certa ou fez a pior merda da sua vida. (Rss).

Eu nunca fui um “anti-social”, ou como dizem por aí, um NERD, muito pelo contrário, em todas as confraternizações da faculdade, lá estava eu com a galera curtindo a “juventude” como nunca, PORÉM, quando o assunto era ESTUDO, a coisa se tornava mais séria.

Bom, mas vocês devem estar se perguntando: “Pô, você levou a faculdade tão sério assim até o último ano?”. Não vou ser hipócrita aqui e dizer que “minha lua-de-mel” com a faculdade foi eterna, muito pelo contrário, nos dois últimos anos, em determinadas matérias, me arrastei para conseguir passar. Mas aí você pergunta: “Ah, e isso te atrapalhou?”. Eu respondo: “Acredito que não, afinal que diferença faria me dedicar 100% a uma matéria na qual eu tinha certeza de que jamais me especializaria ao longo da minha carreira profissional?”.

Faculdade, no meu ponto de vista, nada mais é do que um curso que irá abrir um leque de possibilidades sobre determinada área, cabendo a você decidir em qual delas se especializar. Essa é a função mais importante no meu ponto de vista. Medicina tem diversas especializações, informática o mesmo, e por aí vai!

No segundo ano de faculdade eu já havia escolhido a minha especialização e conseguido um estágio na área. Fiz um estágio numa multinacional francesa e foi lá que minha carreira começou a tomar forma, isso porque somente o trabalho é capaz de te dar conhecimento técnico suficiente para você direcionar a sua carreira. Foi neste primeiro estágio que optei por seguir a área de desenvolvimento/manutenção de software e foi lá que tomei a decisão mais importante da minha vida com relação a trabalho: Ser um profissional especializado em SAP.

Lembro-me até hoje quando meu chefe reclamou do alto custo que a empresa tinha com as consultorias que prestavam serviço de manutenção/desenvolvimento no sistema. Cada hora gasta com este serviço terceirizado era uma fortuna que a empresa gastava. Foi aí que pedi para o meu chefe comprar um livro de SAP e me desse alguns meses para que eu pudesse aprender a linguagem de programação do sistema (ABAP). Em 3 meses, a empresa rompeu o contrato com as consultorias e eu fui designado responsável por toda a manutenção que ocorresse na empresa a partir dali, isso graças a uma iniciativa minha de aprender e mostrar serviço.

Infelizmente isso não teve o resultado que eu esperava, pois quando o prazo para o término do meu estágio estava se esgotando, a empresa não me dava qualquer tipo de esperança quanto à efetivação do meu contrato para que eu passasse de estagiário para funcionário da empresa.

Num primeiro momento fiquei muito chateado com isso, mesmo sabendo que o único empecilho para tal era o quesito financeiro (Naquela época a matriz da empresa havia exigido que não houvesse nenhum tipo de contratação no Brasil). Mas foi aí que tomei a segunda decisão mais importante da minha vida profissional: Ao invés de ficar de braços cruzados e esperar a “boa vontade” da empresa, corri atrás e consegui um emprego de consultor.

Aqui vai o meu quarto conselho: No início da sua carreira, procure ler bastante sobre qualquer tipo de assunto, principalmente voltado à sua profissão. Ser autodidata é uma qualidade importantíssima na carreira de qualquer profissional, principalmente aqueles que estão começando. Além disso, não espere as “oportunidades caírem do céu”, corra atrás e jamais perca a fé, pois cedo ou tarde, a oportunidade que você tanto sonhou irá aparecer.

Bom, porque eu disse que essa decisão de me tornar um consultor foi uma das mais importantes da minha carreira? Simples, pois somente como consultor eu teria a oportunidade de trabalhar em diversos projetos e empresas diferentes, passando por diferentes situações e com isso, agregando num curto espaço de tempo, o maior número de conhecimento possível. E acredite amigos, se vocês querem crescer rapidamente, fujam da “rotina profissional”. Sabe quando você começa a trabalhar numa empresa e todo dia surge o mesmo tipo de serviço pra você sem qualquer tipo de novidade? Isso é um perigo! Se você está começando, fuja de empregos assim. Busque algo que traga desafio e situações diferentes a todo instante, pois certamente isso agregará e muito ao seu amadurecimento profissional.

Após 1 ano nesta consultoria, comecei a entrar na temida “rotina profissional”. Não surgiam novos projetos e o sentimento que eu tinha naquela época era de “estar parado no tempo”. Quando decidi procurar outro emprego, escutei de amigos o seguinte conselho: “Cara, não faz isso. Você acabou de casar e aqui você tem estabilidade. Fica aqui”.

Realmente, eu tinha 3 meses de casado naquela época, e sair de um emprego fixo naquele momento era meio arriscado, afinal o que não faltava era dívidas para pagar. (Rss). Mas mesmo ciente disso, resolvi arriscar! E bota risco nisso! (Rss). Saí daquela empresa com emprego registrado (CLT) e abri uma empresa para prestar consultoria como PJ (Pessoa Jurídica). A partir dali, era eu e Deus, nada de empresas pagando as minhas contas! (Rss) Quando amigos e parentes tomaram conhecimento da minha decisão, muitos me chamaram de louco, dizendo que era arriscado, mas o apoio mais importante eu tinha: Da minha esposa e dos meus pais. Trabalhei 2 anos como consultor PJ e foram os dois anos mais difíceis da minha vida, porém os dois anos em que minha carreira mudou da água para o vinho. Meu salário dobrou em pouco tempo e por causa da experiência que adquiri nesta época, consegui emprego fixo numa das maiores multinacionais da atualidade como Analista de Sistemas, ganhando um ótimo salário e oportunidades que eu jamais sonharia que poderia ter na minha carreira profissional.

Portanto deixo aqui o meu quinto e último conselho deste POST: Não tenha medo de arriscar, principalmente se você for novo! Se eu arrisquei sendo casado, imagina você caro amigo leitor que está solteiro e ainda pode se “dar o luxo” de tomar alguns tombos na vida? Vai pra cima com a garra que a juventude lhe proporciona e fique ciente de que isso poderá ser a diferença entre um profissional bem sucedido ou um profissional frustrado no futuro que está por vir. E mesmo você que está “enforcado”, ops, ou melhor, casado, é melhor ter a certeza de que você tentou do que morrer com a incerteza por não ter tentado. Pense nisso!

Hoje posso dizer que sou um profissional extremamente feliz com a minha carreira. Estou 100% satisfeito? Obviamente que não. Se vocês leram este POST até aqui vocês já devem ter notado que eu sempre procuro algo a mais quando o assunto é trabalho, mas o mais importante na vida de um profissional é trabalhar no que gosta e se sentir realizado com os seus feitos, e isso amigos, tenho orgulho em dizer que tenho e muito.

Espero que vocês tenham gostado do POST e torço para que os ajude de alguma forma. Qualquer dúvida que esteja ao meu alcance, sinta-se a vontade em perguntar comentando aqui mesmo. Obrigado!

Um comentário:

felipedelima19 disse...

Parabéns pelo post Sam, você conseguiu resumir bem o início de carreira de nós, juvenis. :-)

Concordo com todos os pontos levantados, principalmente no fato de não ter vergonha em pedir ajuda no início de tudo e no que diz respeito a ser uma pessoa insatisfeita.

Quando digo ser insatisfeito, é nunca se acomodar com uma situação. Buscar sempre o melhor, mesmo que você tenha que dar um passo atrás para dar dois à frente.

Nunca se acomode. Principalmente se você pensa em trabalhar ou trabalha com informática.

O Mundo é dinâmico, e temos que correr atrás desse dinamismo o tempo todo.

Um segundo parado é um segundo atrasado, um segundo que alguém já está a sua frente.

Ah, busque trabalhar com aquilo que te satisfaz, pois isso consumirá no minimo 20 anos de sua vida.

Melhor 20 anos trabalhando com algo que te deixe feliz do que 20 anos com algo que não te agrada em nada.