sexta-feira, 30 de julho de 2010

Dachau: Um pedaço do Inferno aqui na Terra


Olá caros amigos. Não tenho o hábito de postar coisas pessoais aqui no Blog, mas no último sábado passei por uma experiência tão marcante que fica difícil não compartilhar com vocês. Há duas semanas estou trabalhando aqui na Alemanha, precisamente na linda cidade de Esslingen. No último final de semana aproveitei a folga para visitar um dos únicos campos de concentração conservados aqui na Alemanha, Dachau.

Dachau foi o segundo maior campo de concentração da Alemanha durante a segunda guerra mundial. No início o campo foi construído para aprisionar os presos políticos que eram contra o regime nazista, mas com o tempo se tornou um campo de extermínio onde mais de 200 mil pessoas morreram naquele lugar. Dachau serviu de campo modelo para os outros campos de concentração, devido a sua organização e eficiência no extermínio dos presos.


Quando fiquei sabendo que viria para a Alemanha e que este campo ficava relativamente próximo de onde eu iria ficar, logo me interessei em conhecê-lo pois sempre gostei de história voltado à segunda guerra mundial. Mesmo sabendo que seria uma experiência extremamente triste, resolvi encarar e saí do hotel no sábado passado logo cedo para conhecer o local.

Duas horas de estrada, muita chuva durante o caminho e finalmente cheguei à Dachau. O campo de concentração leva o nome da cidade. É uma cidade pequena e tranquila. Ao entrar pela cidade nem parece que ali está um dos piores lugares que existiram na face da terra.


O campo de concentração fica um pouco afastado, o que na época levou muitos alemães a não terem conhecimento do campo de concentração. Nesta região chove muito e durante o inverno o clima é impiedoso. No dia em que eu estive no campo, estava um dia chuvoso e com uma temperatura baixa, mesmo estando no meio do verão europeu.

No local você encontra muitos turistas e jovens. Aqui na Alemanha é comum as escolas fazerem excursões para este campo de concentração, afim de mostrar para os mais novos os horrores do passado e de certo modo, evitar que este tipo de coisa volte a acontecer no futuro. Este assunto é meio que um tabú aqui na Alemanha, muitos não gostam de comentar e se sentem ofendidos quando ouvem a palavra "holocausto", porém eles tem plena consciência do passado e mesmo sendo uma mancha na história do país, conservam a história para que a futura geração não cometa o mesmo erro do passado.

Logo na entrada do campo você se depara com um portão com a seguinte frase: "O Trabalho trará a liberdade". Este era o primeiro sinal do sinismo alemão, fazendo com que os presos acreditassem numa mentira, afinal ninguém sairia de Dachau vivo. Após colocar os meus pés dentro do campo, tive a idéia da imensidão daquele lugar. É simplesmente enorme! Do lado direito do portão de entrada há o museu, que na verdade era o antigo prédio de administração do campo, onde ali os presos eram recepcionados tendo seus objetos pessoais confiscados e passando a "não existir mais".


O museu é fantástico, conserva a arquitetura original. Pouca coisa foi restaurada no prédio. Lá dentro você é introduzido na história do campo, onde você encontra relatos daquela época, fotos inéditas, objetos pessoais dos presos, artigos utilizados nas torturas, móveis fabricados pelos presos, cartazes do nazismo, cartas pessoais dos presos, etc. É uma infinidade de coisas interessantes que seria impossível ler/ver tudo em apenas 1 dia.

De lá fui andar pelo campo e conheci as instalações onde os presos dormiam. Era um galpão de madeira sem isolamento do frio! Muitos morriam durante a noite, afinal o inverno na Alemanha é geralmente terrível. As camas, se é que podemos chamar aquilo de cama, eram de madeira, pequenas e sem conforto algum. Fico imaginando como alguma pessoa conseguia dormir naquilo. No auge da guerra, o campo de concentração chegou a abrigar mais presos do que a capacidade, portanto muitos tinham que dormir encima do outro.


Toda manhã os presos tinham que sair para fora das instalações para que os soldados fizessem a contagem. Se a contagem não batesse, os soldados matavam muitos presos como uma forma de punição, por isso que, para não morrerem, muitos presos levavam os mortos para a fila para que a contagem não desse errado.


Ao redor do campo de concentração existiam diversas torres de vigilância. Quem chegasse perto dos muros era alvejado pelos soldados. Muitos presos, por não aguentarem viver naquela situação, cometiam suicídio se aproximando dos muros para morrerem a tiros.


O sofrimento deles era enorme, pois além de não terem comida e água, muitos passavam por sessões de tortura frequentemente. E as sessões de tortura eram das mais cruéis possíveis.

Vou citar duas delas:

A primeira era por chibatadas com esta espécie de vara feita com couro de boi. Os presos eram colocados deitados numa pedra e castigados com chibatadas até os soldados cansarem. E pior, eles tinham que contar as chibatadas, pois se não aguentassem, levariam o dobro do castigo. Muitos não saiam dali vivos.


Mas acredito que a pior tortura era onde eles colocavam os presos pendurados por uma corrente e lá deixavam o preso por dias. Muitos morriam pendurados ali mesmo!


Até então eu já estava abalado, mas a pior parte estava por vir. No final do campo de concentração existia uma ponte acima de um pequeno rio. Do outro lado dessa ponte ocorriam as piores atrocidades daquela época. Quem passava para o outro lado da ponte jamais voltava.


Ali existiam locais onde os presos eram fuzilados, enforcados e mortos pela temida câmara de gás. Era o local onde eles exterminavam os presos em massa realmente.

Ao passarem da ponte, os presos eram informados que eles iriam tomar banho para que algum tipo de doença não se proliferasse pelo local. Ao entrarem no prédio eles eram obrigados a tirar suas roupas. Passado para a outra sala, eles eram trancados e ao contrário de banho, eles eram mortos pelo gás da câmara. Dali, eles eram jogados em fornos e cremados ali mesmo. Há relatos de que muitos presos foram queimados vivos, pois o gás não era suficiente para matar todos eles.

Entrada para a câmara de gás

Local onde os presos tiravam as roupas

Câmara de gás

Crematórios

Em 1945 surgiu uma epidemia no campo, onde somente neste ano, foram mortos mais de 75 mil pessoas em Dachau, pois para evitar que a doença se espalhasse, os membros da OSS mandavam executar a todos, sem exceção.

Dachau se tornou um dos lugares mais temidos da Alemanha. Com o tempo, o local foi ficando conhecido e no final da guerra, Dachau se tornou sinônimo de terror na Europa.


Saí do local abalado, principalmente depois de saber que muitas crianças morreram naquele lugar também. Minhas pernas tremiam e meu coração batia num ritmo aceleado. Presenciar tamanha atrocidade fez com que minha vida fosse abalada para sempre. Jamais irei esquecer daquele lugar. Ao mesmo tempo em que foi desagradável conhecer de perto este "inferno", foi bom como experiência, pois presenciar algo assim é uma experiência única na vida.

Hoje posso dizer que pisei num pedaço do inferno aqui na terra e acredite meus amigos, foi uma experiência amarga e dolorida que marcará a minha vida para sempre.

"Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome." - Mateus 24:9

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Carreira profissional - Dicas que podem ajudá-lo


Há alguns meses atrás venho “ensaiando” a criação deste POST no blog, mas nunca tive tempo e inspiração suficiente para tal. Porém isso mudou quando recentemente, numa conversa informal com um amigo, entramos no assunto “trabalho”. Este meu amigo se formou recentemente e aproveitou a nossa conversa para pedir algumas dicas e conselhos sobre sua carreira profissional.

Antes de dar qualquer tipo de opinião, deixei bem claro que não era nenhum guru dos negócios para dar algum conselho a ele, mas que seria um grande prazer compartilhar algumas experiências que tive ao longo da minha carreira que poderiam ajudá-lo de alguma forma no futuro.

No fim do bate-papo, este meu amigo se mostrou tão agradecido, fazendo com que este “desejo” de compartilhar algo sobre minha carreira aqui no BLOG voltasse à tona. Então vamos lá!

Bom, comecei a trabalhar muito cedo, com 14 anos de idade já entregava folhetos de vereadores em época de eleição e fazia alguns bicos para juntar uma “graninha”. Apesar de ser filho único, sempre fui muito independente financeiramente falando. Esse negócio de “mesada” nunca funcionou comigo! Muitas vezes me sentia envergonhado ao ter que pedir dinheiro aos meus pais para comprar alguma coisa. Isso foi ficando cada vez mais difícil e aos 16 anos consegui meu primeiro emprego “oficialmente falando” (Com carteira assinada). Foi um estágio na Caixa Econômica Federal. Na época eu cursava o colégio técnico em Processamento de Dados e através do colégio consegui este estágio. Apesar de não ser um estágio focado em TI (Eu atendia clientes no setor de FGTS da agência), foram 12 meses de muito aprendizado, pois o mais importante do primeiro emprego nem é a especialização técnica em si, mas a experiência de estar em um ambiente profissional e começar a aprender como se portar neste “novo mundo” na qual você passará o resto da sua vida (Pelo menos até a sua aposentadoria. RSS).

Aqui vai o primeiro conselho: Antes de ingressar em uma faculdade, procure fazer cursos nas áreas em que você está em dúvida. Isso pode te ajudar e muito antes da temida época dos vestibulares e o velho questionamento que infringe todos os jovens: Que diabo de profissão eu vou escolher quando chegar o momento de ingressar em uma faculdade?

A princípio, optei por fazer o colégio técnico de Processamento de Dados, pois naquela época a área do momento era Informática. Como Informática é igual idioma (nunca é demais), resolvi arriscar e acabei encontrando logo de cara a área onde eu tinha/tenho total aptidão.

Ao terminar o curso e o meu estágio, fui auxiliado por uma de minhas tias a ingressar no Banco Bradesco.

Aqui o segundo conselho: Não tenha vergonha de pedir ajuda no início da sua carreira, pois acredite, toda ajuda será muito bem-vinda!

Minha profissão no Banco Bradesco era escriturário, ou seja, nada a ver com a área que eu havia optado, mas naquele momento o que mais importava para mim não era o conhecimento técnico, e sim a “grana” na minha conta todo final de mês para poder ter condições de pagar a minha faculdade que eu havia acabado de me matricular. AH, e vocês devem estar se perguntando: SAM, qual curso você escolheu? A resposta: Gastronomia. Brincadeira (Rsss), eu optei por fazer Ciências da Computação. (Que susto hein?)

O primeiro ano de faculdade foi sensacional. Certo de que havia feito a escolha correta, cada matéria nova era o ápice pra mim. Aquele monte de novidades diante dos meus olhos era algo fantástico.

E já que estamos no período da faculdade, segue meu terceiro conselho: Não tenha medo de ser taxado de NERD na faculdade. Procure sentar na frente se for preciso, mas atente-se a todos os assuntos que forem colocados diante de você, principalmente nos primeiros anos de faculdade, pois em 99% dos casos, é neste período que você terá a certeza de que fez a escolha certa ou fez a pior merda da sua vida. (Rss).

Eu nunca fui um “anti-social”, ou como dizem por aí, um NERD, muito pelo contrário, em todas as confraternizações da faculdade, lá estava eu com a galera curtindo a “juventude” como nunca, PORÉM, quando o assunto era ESTUDO, a coisa se tornava mais séria.

Bom, mas vocês devem estar se perguntando: “Pô, você levou a faculdade tão sério assim até o último ano?”. Não vou ser hipócrita aqui e dizer que “minha lua-de-mel” com a faculdade foi eterna, muito pelo contrário, nos dois últimos anos, em determinadas matérias, me arrastei para conseguir passar. Mas aí você pergunta: “Ah, e isso te atrapalhou?”. Eu respondo: “Acredito que não, afinal que diferença faria me dedicar 100% a uma matéria na qual eu tinha certeza de que jamais me especializaria ao longo da minha carreira profissional?”.

Faculdade, no meu ponto de vista, nada mais é do que um curso que irá abrir um leque de possibilidades sobre determinada área, cabendo a você decidir em qual delas se especializar. Essa é a função mais importante no meu ponto de vista. Medicina tem diversas especializações, informática o mesmo, e por aí vai!

No segundo ano de faculdade eu já havia escolhido a minha especialização e conseguido um estágio na área. Fiz um estágio numa multinacional francesa e foi lá que minha carreira começou a tomar forma, isso porque somente o trabalho é capaz de te dar conhecimento técnico suficiente para você direcionar a sua carreira. Foi neste primeiro estágio que optei por seguir a área de desenvolvimento/manutenção de software e foi lá que tomei a decisão mais importante da minha vida com relação a trabalho: Ser um profissional especializado em SAP.

Lembro-me até hoje quando meu chefe reclamou do alto custo que a empresa tinha com as consultorias que prestavam serviço de manutenção/desenvolvimento no sistema. Cada hora gasta com este serviço terceirizado era uma fortuna que a empresa gastava. Foi aí que pedi para o meu chefe comprar um livro de SAP e me desse alguns meses para que eu pudesse aprender a linguagem de programação do sistema (ABAP). Em 3 meses, a empresa rompeu o contrato com as consultorias e eu fui designado responsável por toda a manutenção que ocorresse na empresa a partir dali, isso graças a uma iniciativa minha de aprender e mostrar serviço.

Infelizmente isso não teve o resultado que eu esperava, pois quando o prazo para o término do meu estágio estava se esgotando, a empresa não me dava qualquer tipo de esperança quanto à efetivação do meu contrato para que eu passasse de estagiário para funcionário da empresa.

Num primeiro momento fiquei muito chateado com isso, mesmo sabendo que o único empecilho para tal era o quesito financeiro (Naquela época a matriz da empresa havia exigido que não houvesse nenhum tipo de contratação no Brasil). Mas foi aí que tomei a segunda decisão mais importante da minha vida profissional: Ao invés de ficar de braços cruzados e esperar a “boa vontade” da empresa, corri atrás e consegui um emprego de consultor.

Aqui vai o meu quarto conselho: No início da sua carreira, procure ler bastante sobre qualquer tipo de assunto, principalmente voltado à sua profissão. Ser autodidata é uma qualidade importantíssima na carreira de qualquer profissional, principalmente aqueles que estão começando. Além disso, não espere as “oportunidades caírem do céu”, corra atrás e jamais perca a fé, pois cedo ou tarde, a oportunidade que você tanto sonhou irá aparecer.

Bom, porque eu disse que essa decisão de me tornar um consultor foi uma das mais importantes da minha carreira? Simples, pois somente como consultor eu teria a oportunidade de trabalhar em diversos projetos e empresas diferentes, passando por diferentes situações e com isso, agregando num curto espaço de tempo, o maior número de conhecimento possível. E acredite amigos, se vocês querem crescer rapidamente, fujam da “rotina profissional”. Sabe quando você começa a trabalhar numa empresa e todo dia surge o mesmo tipo de serviço pra você sem qualquer tipo de novidade? Isso é um perigo! Se você está começando, fuja de empregos assim. Busque algo que traga desafio e situações diferentes a todo instante, pois certamente isso agregará e muito ao seu amadurecimento profissional.

Após 1 ano nesta consultoria, comecei a entrar na temida “rotina profissional”. Não surgiam novos projetos e o sentimento que eu tinha naquela época era de “estar parado no tempo”. Quando decidi procurar outro emprego, escutei de amigos o seguinte conselho: “Cara, não faz isso. Você acabou de casar e aqui você tem estabilidade. Fica aqui”.

Realmente, eu tinha 3 meses de casado naquela época, e sair de um emprego fixo naquele momento era meio arriscado, afinal o que não faltava era dívidas para pagar. (Rss). Mas mesmo ciente disso, resolvi arriscar! E bota risco nisso! (Rss). Saí daquela empresa com emprego registrado (CLT) e abri uma empresa para prestar consultoria como PJ (Pessoa Jurídica). A partir dali, era eu e Deus, nada de empresas pagando as minhas contas! (Rss) Quando amigos e parentes tomaram conhecimento da minha decisão, muitos me chamaram de louco, dizendo que era arriscado, mas o apoio mais importante eu tinha: Da minha esposa e dos meus pais. Trabalhei 2 anos como consultor PJ e foram os dois anos mais difíceis da minha vida, porém os dois anos em que minha carreira mudou da água para o vinho. Meu salário dobrou em pouco tempo e por causa da experiência que adquiri nesta época, consegui emprego fixo numa das maiores multinacionais da atualidade como Analista de Sistemas, ganhando um ótimo salário e oportunidades que eu jamais sonharia que poderia ter na minha carreira profissional.

Portanto deixo aqui o meu quinto e último conselho deste POST: Não tenha medo de arriscar, principalmente se você for novo! Se eu arrisquei sendo casado, imagina você caro amigo leitor que está solteiro e ainda pode se “dar o luxo” de tomar alguns tombos na vida? Vai pra cima com a garra que a juventude lhe proporciona e fique ciente de que isso poderá ser a diferença entre um profissional bem sucedido ou um profissional frustrado no futuro que está por vir. E mesmo você que está “enforcado”, ops, ou melhor, casado, é melhor ter a certeza de que você tentou do que morrer com a incerteza por não ter tentado. Pense nisso!

Hoje posso dizer que sou um profissional extremamente feliz com a minha carreira. Estou 100% satisfeito? Obviamente que não. Se vocês leram este POST até aqui vocês já devem ter notado que eu sempre procuro algo a mais quando o assunto é trabalho, mas o mais importante na vida de um profissional é trabalhar no que gosta e se sentir realizado com os seus feitos, e isso amigos, tenho orgulho em dizer que tenho e muito.

Espero que vocês tenham gostado do POST e torço para que os ajude de alguma forma. Qualquer dúvida que esteja ao meu alcance, sinta-se a vontade em perguntar comentando aqui mesmo. Obrigado!

terça-feira, 13 de julho de 2010

Filme - Crítica: O Livro de Eli [DVD]

Sinopse: Em um futuro distópico, um andarilho luta para proteger um livro que tem os segredos para salvar a humanidade.

Crítica: “O Livro de Eli” começa sem muitas explicações, mostrando o personagem de Denzel Washington perambulando por uma terra devastada pelo caos num tempo pós-apocalíptico. O filme nunca revela ao certo o que aconteceu para que a terra se tornasse praticamente inóspita e sem vida, deixando a cargo do público tirar suas próprias conclusões. A fotografia em tons azulados deixa o ambiente ainda mais seco e carregado, contribuindo muito para que nos coloquemos no lugar dos personagens.

O objetivo de Eli é um só: Levar o livro sagrado que ele carrega em sua mochila para o Oeste a mando de uma voz misteriosa que ele nem ao menos sabe o que é. Como vocês podem ver, Eli é um personagem que vive pela fé, pois o único sentido que ele tem na vida é cumprir seu objetivo crendo que isso trará algum benefício à humanidade. E acredite, ele fará de tudo para conseguir cumprir seu objetivo, não importa quem entrar em seu caminho. É aí que entra Carnegie (Gary Oldman) na história, um tirano de um vilarejo sedento para encontrar o livro sagrado que coincidentemente é o mesmo que Eli carrega. Segundo Carnegie, somente o livro sagrado possui as palavras certas para fazer com que a humanidade o siga rumo à reconstrução do planeta.

Daí em diante vemos um embate ferrenho entre os dois personagens em prol do livro, e acredite, prepare-se para encontrar cenas de lutas muito bem coreografadas, morte, sangue e Denzel Washington na sua melhor forma.

“O Livro de Eli” foi um filme que me surpreendeu bastante. A história do filme é bem interessante e apesar de possuir um fundo religioso por trás, certamente agradará a todos os públicos com seu tom crítico ao estilo de vida da humanidade nos dias de hoje.

Nota: 9

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Filme - Crítica: Amor sem Escalas [DVD]

Sinopse: Ryan Bingham (George Clooney) tem por função demitir pessoas. Por estar acostumado com o desespero e a angústia alheios, ele mesmo se tornou uma pessoa fria. Além disto, Ryan adora seu trabalho. Ele sempre usa um terno e carrega uma maleta, viajando para diversos cantos do país. Até que seu chefe contrata a arrogante Natalie Keener (Anna Kendrick), que desenvolveu um sistema de videoconferência onde as pessoas poderão ser demitidas sem que seja necessário deixar o escritório. Este sistema, caso seja implementado, põe em risco o emprego de Ryan. Ele passa então a tentar convencê-la do erro que é sua implementação, viajando com Anna para mostrar a realidade de seu trabalho.

Crítica: Amor sem escalas é um filme que pode enganar pelo título. Muitas pessoas podem assisti-lo esperando um filme de comédia romântica, mas ele é muito mais do que isso. OK, nós temos relacionamentos amorosos no filme, mas o foco principal da história está no estudo da personalidade dos seus 3 personagens principais: Ryan (Clooney), Alex (Vera Farmiga) e Natalie (Anna Kendrick).

Ryan é um conselheiro de transições de carreira (Nem sabia que existia este cargo antes do filme... Rss). Ele é um executivo contratado por empresas que precisam mandar seus funcionários embora mas não tem coragem de fazer “o trabalho sujo” (Rss). Ryan passa boa parte da sua vida viajando, portanto sua ligação com a sua família e o seu lar é extremamente fria e distante. Aliás, ele denomina os aeroportos e hotéis onde ele se hospeda como seu verdadeiro lar. Nestas idas e vindas, ele encontra a personagem de Vera Farmiga (Alex), que nada mais é do que a versão de Ryan de saias. A infinidade é imediata e não demora muito para que ambos estejam marcando encontros baseados nas suas viagens pelo país afora.

Se os dois personagens citados anteriormente são totalmente independentes e gostam de viver esta vida “louca e corrida”, do outro lado encontramos Natalie, uma recém-formada que desenvolve um sistema de vídeo-conferência para que os executivos da empresa de Ryan possam atender seus clientes ONLINE, ou seja, fazer a demissão através de uma tela de computador.

Obviamente Ryan “torce o nariz” para a invenção de Natalie e decide levá-la a uma de suas viagens para que ela veja por si própria a complexidade do seu trabalho, afinal as reações das pessoas demitidas são muito mais complexas do que ela pode imaginar!

E baseado nestes três personagens que o filme se desenrola. De um lado dois personagens avessos aos padrões ditados pela sociedade (Como formar família, ter um lar, filhos, etc) e do outro lado, Natalie, uma jovem disposta a crescer profissionalmente, mas nunca se esquecendo do seu sonho de casar e formar uma família com lindos filhos para criar.

Amor sem escalas é um filme agradabilíssimo, daqueles que faz o tempo passar sem que você perceba. Se você possui uma vida profissional corrida, certamente será indagado em alguns pontos, fazendo com que você pense nos valores que você está levando em consideração atualmente. Eu me identifiquei muito com o personagem de Clooney, pois por um bom tempo na minha vida, dei total prioridade à minha carreira e acabei deixando minha família de lado. Hoje, optei por algo mais estável e não me arrependo, pois certamente a carreira é importante, mas ter amigos e familiares ao seu lado vale mais do que qualquer salário ou recompensa que você possa ganhar do seu chefe! Filme recomendadíssimo!

Nota: 9,5

terça-feira, 6 de julho de 2010

Games - Meu reencontro com o DS

Recentemente adquiri um Nintendo DS para a minha esposa. Havia meses que ela estava me pedindo para comprar, mas tentei adiar ao máximo este “mimo”. Motivo? Já tive um DS no passado e resolvi vendê-lo para arrecadar uma grana para poder comprar outro console.

Bom, mas o que me fez mudar de idéia? Simples: Além de marcar pontos com a patroa (Rss), tenho uma viagem marcada para a Alemanha no final da semana que vem (14 horas dentro de um avião), portanto nada melhor do que ter um portátil para passar o tempo, não é mesmo? (Rss).

Só falta convencer a patroa a me emprestar o DS dela (O que por sinal, está difícil). (Rss).

Bom, mas o motivo de estar criando este tópico é falar um pouco do meu “reencontro” com este vídeo-game portátil.

Muitos dizem que ele é infantil, que os jogos são ruins, que enjoa etc. Se pararmos para pensar, realmente o foco do portátil da Nintendo é igual ao seu console de mesa (Nintendo WII), focar justamente no público casual e por que não, infantil.

É só analisar a biblioteca de jogos do DS e WII. O que tem de jogo de princesas, cachorrinhos, “artistas” da Disney, etc, não é brincadeira. (Rss)

Mas graças ao bom Deus, temos ótimos jogos para o DS, e estou tendo a oportunidade de voltar a jogá-los desde que comprei o DS para a minha esposa. O que dizer de New Super Mario Bros? Que jogo incrível, nostálgico e viciante. Me fez voltar à infância onde eu adorava passar horas em frente à televisão jogando Super Mario Bros do NES 8 bits. E os jogos da série Zelda exclusivos para o portátil (Phantom of Hourglass e Spirit of Tracks)? Apesar de semelhantes, são jogos sensacionais, extremamente criativos e divertidos de se jogar.

Além destes jogos, eu poderia citar outros clássicos do portátil como os jogos da série Castlevania, Super Mario 64 DS, GTA Chinatown Wars, Kirby (Todos), Brain Age (Todos), Chrono Trigger, FF III e IV e jogos não muito conhecidos como Scribblenauts e Henrys Hatsworth.

A conclusão que eu chego quando olho para a biblioteca do DS é que ao mesmo tempo em que o portátil está recheado de jogos ruins, há jogos magníficos que compensam no final das contas.

Apesar de pouco tempo, estou adorando jogar o DS novamente, tanto é que encostei o meu Xbox 360 nos últimos dias. Só nele encontramos jogos tão criativos e interessantes como os citados anteriormente. Torço para que a Nintendo mude um pouco o foco e passe a dar mais atenção ao público Hardcore na próxima geração de consoles, porque potencial e criatividade ela nunca perdeu, mesmo passando por alguns momentos conturbados nesta geração. Se com uma biblioteca de jogos tão polêmica o DS é fantástico, imaginem se tivéssemos mais jogos que englobassem todos os públicos? Seria perfeito! Vida longa a Nintendo!