segunda-feira, 24 de maio de 2010

Games - Comportamento: Bem vs Mal & Real vs Virtual

Nas últimas duas semanas voltei a jogar GTA IV, pois acreditem ou não, até hoje não tinha zerado a campanha principal. Já tinha feito algumas missões paralelas, mas como GTA IV é aquele tipo de jogo que você sempre se distrai com alguma atividade extra (Seja jogar dardos, boliche, sair com amigos, fazer algumas corridas ou até mesmo fazer um inferno na cidade), acabei deixando a campanha principal de lado!

Mas não quero falar de GTA neste post, o intuíto é falar um pouco da atitude que temos quando estamos jogando um game que lhe dê a opção de ser uma pessoa na qual você não é!

Para falar um pouco deste assunto, vamos dividir este tipo de jogo de duas formas.

1) Aquele jogo que te obriga a ser uma pessoa que você não é:

Por exemplo, em jogos como GTA, você irá assumir o papel de um cara totalmente no-sense, que mata sem qualquer remorso, seja uma mulher indefesa ou um viadinho metido a besta. E já que estamos falando em viadinho, o que dizer daquela missão onde você marca um encontro com um viado a pedido de um "amigo" que deseja vê-lo morto. Após marcar o encontro pela Internet, você encontra o pobre coitado dentro de um restaurante e durante o "xaveco", surge a seguinte mensagem na tela: "Aperte o LB quando você quiser acabar com esta ladainha e meter uma bala no meio da fuça deste viado sem-vergonha". Lógico que não é exatamente esta frase que aparece na tela, mas o objetivo é o mesmo. Você levanta, saca a sua 12 e mete uma bala no meio do peito do coitado! Pronto, assunto encerrado, missão cumprida e dinheiro no bolso! (Rss)

Se algum advogado conservador e moralista ler o que acabei de escrever acima, certamente ele irá criar um comentário aqui no BLOG me chamando de doido varrido. (Rss) Obviamente não sou nenhum maluco, e quem me conhece sabe que eu não seria capaz de ferir nem uma mosca sequer! Mas aí é que está o X da questão: Eu sou uma pessoa totalmente consciente dos meus atos e sei que isso só fica dentro do jogo, mas e aquele NERD TETUDO que procura utilizar isso como fonte de inspiração para fazer uma MERDA dessa na vida real?

Olhando para a causa (Tragédias cometidas por suposta influência de um jogo), é fácil entender o motivo de tanta fúria contra jogos deste tipo, agora se olharmos para os efeitos (Que certamente não é só um jogo que foi capaz de inspirar tal pessoa a cometer um ato tão grave), certamente estes advogados cairão em contradição!

Eu que jogo, tenho plena consciência disso e sei que este tipo de coisa você pode encontrar em qualquer lugar, se não for através do video-game, você encontrará cenas tão ou mais violentas em filmes, por exemplo. Muitas vezes um noticiário do Datena é mais violento que GTA! (Estou errado? Creio que não!)

Portanto no meu modo de ver, utilizar o video-game como desculpa para cometer algo irracional como o que presenciamos frequentemente (Principalmente nos EUA), nada mais é do que uma desculpa para extrapolar o sentimento mais cruel que está adormecido dentro desta pessoa (Se é que podemos chamar "isso" de pessoa).

2) Jogos que te dão a opção de que seu personagem seja BOM ou RUIM:

Por exemplo: Cumpra a missão X fazendo um ato bom ou mal! A missão será concluída da mesma forma, porém as consequências serão diferentes em ambos os casos.

Geralmente quando jogo um game assim, sempre parto para o lado bom da coisa, não tendo coragem de assumir a maldade por completo, mesmo sabendo que meu personagem é fictício. Por exemplo, Fable II é um jogo que te coloca em cheque o tempo todo, dando diversas opções para você ser um herói bondoso ou o vilão mais cruel na face da terra (Ou Albion no caso... rss). Lógico, não vou ser hipócrita aqui em dizer que sempre sou o "Sr. Certinho". Nunca serei 100% mal ou 100% bom neste tipo de jogo!

O que explica isso? Seria a minha consciência fazendo com que eu não tenha coragem de ser uma pessoa totalmente má no jogo? O que explica tal comportamento?

Este tipo de interatividade e imersão é que me fascina nos video-games, pena que nem todos compreendem  tal coisa e consigam diferenciar o mundo real do virtual, seja ele um maníaco que um dia jogou o game X e matou pessoas supostamente inspirado por ele ou aquele advogado "metido a moralista" que acusa tal opção de entretenimento como o responsável pela violência entre os jovens! Uma pena realmente!

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